terça-feira, 18 de agosto de 2009

CARTA ABERTA

terça-feira, 18 de agosto de 2009
A Mandatária do “MOIA”, após ter aceite o convite, achou por bem, expressar ao povo do Olival, os motivos que a levaram a participar no projecto do Movimento Independente.
E nós achámos por bem publicar esse manuscrito, que chegará ainda esta semana a casa de todos os Olivalenses.

Para ler e reler:

Mandatária da lista do MOIA:

Maria Fernanda Matias Santos Bento, eleitora nº 1056, natural do Olival, viúva, 50 anos de idade, professora do Ensino Secundário de Biologia/Geologia e apoiante do MOIA

CARTA ABERTA


Fui convidada para mandatar a lista do MOIA, que se propõe às próximas eleições autárquicas no Olival (Junta de Freguesia). Ao aceitar, fi-lo de forma convicta que estaria a cumprir um dever cívico; o espírito da equipa era encorajador e as convicções também não me deixaram quaisquer dúvidas.


É meu dever justificar à população do Olival os outros motivos que me lançaram neste desafio:
Nasci no Olival numa época em que a Educação e a Saúde não eram direitos consagrados numa Constituição.


Quando se estava doente ia-se ao médico, pagava-se a consulta e compravam-se os medicamentos se para isso houvesse dinheiro. Havia uma farmácia, que muitas vezes substituía o médico, pois ficava mais barato e também “fiava” quando as pessoas não podiam pagar.
Para que eu pudesse ter frequentado a Escola e prosseguisse estudos, os meus pais correram todos os riscos e suportaram grandes despesas. Provavelmente tiveram que fazer opções e abdicar de muitas coisas.


Felizmente os anos passaram e o direito à Educação e à Saúde é (?) uma realidade no nosso país.
Verifico com desilusão que a nossa freguesia continua a ser uma “ilha” que ficou imune ao investimento no potencial intelectual das gerações que se seguiram à minha. O parque escolar é o mesmo de há 50 anos atrás e carrega consigo toda a degradação própria da idade. O Primeiro Ciclo do Ensino Básico parece ser aquilo, que por cá, se considera ser a escolaridade obrigatória. A legislação é nacional, mas nós não a consideramos. A criação de Sedes de Agrupamentos de Escolas parece ser qualquer coisa de que abdicámos, talvez porque queremos continuar “orgulhosamente sós”. Acabo de saber, através de um jornal local, que todas as freguesias limítrofes têm infra-estruturas escolares superiores às nossas e irão ser dotadas, ainda, de mais investimentos contemplados por candidaturas a projectos aos fundos da UE. Se outros motivos não houvesse, estes eram mais que suficientes para me sensibilizar a tentar ser útil à freguesia onde nasci e onde fui sempre muito acarinhada.


Como disse atrás, o meu percurso escolar obrigou-me a estar, muitas vezes, ausente do Olival. Mas nem por isso esqueço as referências da minha infância e da adolescência (as minhas professoras da primária; os mimos dos donos das mercearias D. Júlia “Viúva do Luciano”, Sr. Coelho, Travancas, Sr. Zé Vieira, Sr. Dias e Sapata, etc. que me devolviam a casa sempre com uma “mão cheia de rebuçados”; o cuidado das Senhoras da Farmácia; a protecção atenta do Dr. Carlos Vaz, bom amigo e conselheiro; a óptima relação com o Seminário e os Padres Dominicanos; os meus colegas da escola primária que me acompanhavam até casa, em troca dos “santinhos” que eu retirava à colecção da minha mãe; a ligação forte às pessoas que viviam em lugares mais próximos da Cortada; …). Foi uma infância feliz, com muito calor humano. Mais tarde e em horas mais difíceis também a população da freguesia esteve comigo e com a minha família.


Por tudo o que relatei e pelo que fica sem ser dito, gostaria que as crianças e os jovens do Olival também um dia tivessem as suas referências. Para que isso aconteça é necessário que os adultos apostem nos valores que sentem serem os mais válidos.


O pouco que me proponho fazer é o início de um projecto que gostaria de ver continuado e que tem como objectivo final apostar nas pessoas, considerando que todas, sem excepção, têm um contributo muito válido para melhorar esta freguesia.

Olival, 29 de Julho de 2009


Maria Fernanda Matias Santos Bento

4 comentários:

obs. atenta

Obs. atenta,

acabei de ler a carta da mandatária drª Fernanda bento... muito bem.. gostei... com gente desta vamos longe.

Bem,ultimamente, a agenda do MOIA tem sido tão intensa e interessante que parece que não vale a pena comentar no blog porque é melhor viver e sentir in loco. Por isso, tenho vindo menos aqui e parece-me que acontece a mais pessoas.

Depois, os Moianos mestres têm-nos "bombardeado" com tanta informação no blog, na caixa do correio e na sua sede que começa a ser difícil comentar tudo, estou a ficar exausta...

Por outro lado, a minha expectativa agora é saber as propostas concretas do MOIA para cada uma das áreas em que se propõe intervir. fico a aguardar com ansiedade, não sei se não necessitarei também de uma MASSAGEM FACIAL...

Quanto à foto dos MOIANOS MESTRES que, também veio no correio, agradou-me... gente nova.. com confiança, competência e garra, mas também modéstia (fica sempre bem),é o que têm demonstrado. Não que tenha nada contra os mais velhos, bem pelo contrário, mas se os que estão no poder não estão a dar conta do recado... talvez estejam esgotados, ou desnorteados (eufemismos dão sempre jeito) neste novo paradigma neste mundo globalizado, em constante e rápida mudança. Então, talvez, seja o tempo certo de dar a vez a quem está mais familiarizado com as novas "regras". Eu acho que não há nada a perder e só a ganhar. E não me refiro só ao Olival e ao MOIA...
até já,
obs. atenta

Anónimo

estou a gostar do andamento que este movimento está a ter, acho que tem cabeça, tronco, membros, etc.
mas queria fazer um pedido/sugestão.

É uma coisa que penso ser simples de resolver, digo eu...
Seria muito bom se colocassem mais ecopontos distribuídos pela freguesia. Não sei se repararam, mas o que está em frente à junta está quase sempre cheio e com coisas à volta, o que é, no mínimo desagradavel.
Sei que há pessoas que não colocam lá o "lixo" porque está longe e/ou está quase sempre cheio.
Penso que o MOIA poderia resolver a situação depois das eleições como junta ou como o tal movimento cívico, ou não?

Patrícia

Anónimo

Este comentário dos ecopontos é muito bem visto!
Realmente vêem-se poucos no Olival, mais uma das muitas provas do que os que estão no poder estão andam a brincar com o Olival e seu futuro. Dêem o lugar a pessoas com vitalidade e dinamismo!!! Força MOIA vocês são capazes...
Já agora deixo um desafio ao vosso movimento:

Quando estiverem na presidência da junta não façam obras a 4/5 meses das eleições, façam durante todo o mandato.

Ass: Observador +/- Atento

Anónimo

Olá a todos os moianos.

Volto aqui outra vez para tecer mais alguns comentários ao vosso, (nosso), movimento que muito me alegra ver que está cada vez mais activo, levando a sua mensagem às nossas casas. É necessário chegar o mais longe possível, diversificar os meios de fazer chegar a mensagem.
Gostei de ver as caras de toda a equipa, que me agradou… e até me surpreendeu.
Acho que é uma equipa que à partida pode dar muita confiança a quem nela possa vir a votar. Julgo haver um critério na escolha dos elementos? os eleitores avaliam as equipas por o que conhecem das pessoas que a constituem, a nível profissional, pela sua participação em colectividades culturais ou desportivas, participação em eventos ou festas religiosas, etc. etc., penso que nesse aspecto «salvo alguma excepção», o critério foi bom.
Volto a deixar o meu apoio, até breve.

José F.

 
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